Na prática


Era o segundo dia de trabalho remoto. 

Chego em casa do laboratório em que fiz o exame de sangue de rotina - o qual, se não fosse estar trabalhando remotamente, teria de deixar para sábado. Havia ido a pé para já fazer a caminhada matinal prescrita pelo médico no início do ano, que desde a volta ao trabalho presencial não era possível. Como é bom respirar o ar puro e fresquinho da manhã! 

No caminho de volta, aproveitei para comprar alguns itens faltantes no supermercado e na farmácia. 

Estava quase na hora de começar o expediente e eu já tinha riscado quatro pendências do meu dia: caminhada, exame, supermercado e farmácia. 

Assim que entrei em casa, vi uma mensagem da minha filha no whatsapp, dizendo que havia esquecido o jaleco para a aula no laboratório de química. Perderia a aula, se eu não pudesse levá-lo. Se estivesse trabalhando presencialmente, não poderia, porque a essa hora já estaria a 23 km de casa. 

No entanto, trabalhando de casa, bastou pedir ao gerente para, excepcionalmente, atrasar minha entrada em alguns minutos, já que não havia nada que necessitasse de minha presença - e eu tenho banco de horas. 

Em 15 minutos, eu já tinha ido à escola, voltado e registrado a entrada no ponto. 

"Obrigada, mamãe. Te amo!" Foi o que ela disse quando eu entreguei o jaleco. 

Caminhada, exame, supermercado, farmácia, ajudar a filha... check! Tudo praticamente antes do dia efetivamente começar.

É sobre isso. 

Obrigada, trabalho remoto. Te amo!


Imagem de chenspec disponível em Pixabay

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