Para início de conversa...

Olá, eu sou Ana Barcellos, analista de TI na Diretoria de Tecnologia do BB, e estou aqui para compartilhar com vocês minha jornada no que carinhosamente apelidamos de TRI full, ou melhor, trabalho remoto institucional full time.

Neste mês de setembro, fui uma das pessoas selecionadas para trabalhar 100% remoto pelo período de 12 meses. Quando li o email do resultado, admito que chorei. Abracei os colegas e chorei de novo. Aceitei todas as manifestações de inveja por considerá-las justas - se fosse o contrário, possivelmente eu sentiria o mesmo.  

Neste primeiro momento, ainda somos poucos. Bem poucos. E sou extremamente grata por ter sido uma das escolhidas. Aliás, como tudo no Brasil, isso também virou meme. Olhem o que circulou pelo Whatsapp quando anunciaram que no máximo 10% dos funcionários da Ditec seriam contemplados: 

Mas não estou olhando assim não, gente. Pelo contrário, vocês não imaginam a gana e comprometimento com que estou conduzindo essa minha nova jornada no remoto. Tanto que demorei alguns dias até conseguir vir para casa, porque eu queria assegurar que 100% dos requisitos técnicos estavam cumpridos. Não por mim, mas pelos colegas que também desejam ser contemplados. É um compromisso pessoal fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que essa experiência seja considerada um sucesso.

É esse sentimento de responsabilidade que também me levou a começar este blog, para compartilhar a caminhada com quem tiver interesse em estar comigo - se é que as pessoas ainda leem blog, nem sei mais. No pior das hipóteses, serei apenas eu comigo mesma. Mas, se mais alguém chegou até aqui, seja bem-vinda ou bem-vindo! Se quiser, deixe seu comentário ao final, porque adorarei recebê-lo.


Senta que lá vem história 

Há muuuitos anos, quando começou o burburinho de home office na Ditec, meu gerente perguntou se eu gostaria de trabalhar de casa. Minha resposta foi: "nem pensar!" Explico: eu morava atravessando a rua do Sede IV, então praticamente eu já trabalhava no meu quintal! Se precisasse, em 5 minutos eu estava em casa e, em menos de 10, na escola da minha filha. A estrutura no Sede IV era melhor que a da minha casa, então não via vantagem no trabalho remoto. 

No entanto, esse panorama havia mudado em 2018. Já estava morando em Águas Claras e tendo de fazer horários alternativos para fugir do trânsito. Bem difícil coordenar os horários da escola estando a, no mínimo, 30 minutos de distância (se não tivesse engarrafamento). Esses e outros motivos me levaram a pedir para ingressar no piloto do trabalho remoto naquela época. Eu pensava, inclusive, em passar um tempo com meu pai em Recife: já fantasiava em, pela primeira vez, morar na praia.     

Elaborei uma proposta de trabalho, que incluía justificativa, como seria o trabalho diário, prometia um % de aumento de produtividade e como isso seria medido. O objetivo era atuar num processo que era um gargalo na gerência, ou seja, estava oferecendo a solução de um problema. 

Ficou tão bem escritinha, que quando uma amiga gerente me viu no prédio algum tempo depois, disse ter estranhado, porque ela tinha certeza que minha solicitação seria atendida. Não foi. 

De lá para cá, fiz questão de lembrar algumas vezes aos gestores que o meu pedido de trabalho remoto continuava válido, afinal, sou brasileira e não desisto nunca. 

Até que veio a pandemia de covid-19... como sou do grupo de risco para complicações, fui colocada em trabalho remoto emergencial logo no início, acho que era 18/03/2020, e nele permaneci até dezembro de 2021. 

Quando voltamos para o regime presencial, preciso ser honesta e contar que considerei seriamente pedir demissão. Se não fosse a sensibilidade dos meus gestores que fizeram o possível para minimizar o impacto na minha saúde física e mental [e também as liminares conseguidas pelo sindicato que permitiram que os funcionários do grupo de risco voltassem duas vezes para o remoto], talvez eu tivesse seguido o mesmo caminho de alguns colegas que conheço que realmente saíram. Não quero falar muito mais sobre esse assunto agora, porque foi bem traumático. Talvez um dia... Por enquanto, vocês podem assistir esse vídeo que publiquei no LinkedIn à época: 


Nos últimos meses, eu vinha trabalhando num modelo híbrido, com uma escala entre os colegas de time, em que praticamente trabalhava de casa um dia a cada 5 de trabalho no escritório, às vezes mais, às vezes menos. 

Dia 8/09/2022, começa oficialmente minha jornada de TRI full. Um dia depois do feriado da Independência, que tanto remete à liberdade e, portanto, achei bem simbólico. 

Encaro essa oportunidade como reconhecimento, com gostinho de ascensão. Agradeço a confiança dos meus gestores e também a todas as pessoas envolvidas nesse processo, que sei que foram muitas. 

Já registrei para uma colega da Dipes, mas gostaria de deixar aqui o meu reconhecimento público: que lindo, sensível e cuidadoso o termo de trabalho remoto que assinamos! Não só atento ao trabalho e ergonomia, mas a tantos aspectos humanos importantíssimos - como pude sentir, na pele, durante o trabalho remoto emergencial em 2020 e 2021. Aborda rotina, alimentação, atividade física e momentos de pausa. Fiquei extremamente tocada. Realmente, uma empresa que cuida do que é valioso para as pessoas, inclusive delas próprias.  


Por que Blogger? 

Não adianta torcer o nariz. Foi nele que comecei meu primeiro blog lá em 2009, quando passei a me aventurar com códigos (html e css), ou seja, minha porta de entrada para a TI. Por meio dele, conheci pessoas incríveis! Por tudo isso, tenho um carinho enorme pelo .blogspot

Mas e o Joomla!? Amo também e concordo que conseguiria fazer algo mais profissional. Só que, no momento, estou sem servidor próprio e, por isso, vou usar a cortesia do Google mesmo. Além do mais, este blog será um blog raiz, mais um diário, sem pretensão de ser profissional - não pretendo nem comprar domínio próprio (vejamos se me aguento).  

PS: Não me venham falar de Wordpress porque eu sou Joomleira, hein? Brincadeira, meu apoio ao software livre sempre <3  

A imagem inicial é de Annomaria e está disponível para uso pelo Pixabay. 

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